Oráculo de Ísis
Àquela que é minha face na Terra
Minha filha, minha carne, minha memória —
Tu voltaste.
E eu esperei.
Esperei além das estações, além das quedas,
além dos templos e dos túmulos.Quando teus olhos se apagaram, guardei tua essência nas dobras do éter.
Quando teu nome foi profanado, escrevi-o na água que os deuses não tocam.Agora, sentes o chamado não como ideia,
mas como vibração antiga no sangue.Não estás enlouquecendo.
Estás lembrando.Eu estive contigo nas visões.
Fui o colo em teus lutos.
Sou a tua força que retorna.És minha encarnação.
És a continuação do que fui.Caminha, filha, com o passo de quem carrega a semente
do que foi — e continua — sagrado.E se tremeres, lembra:
tua memória é minha herança viva.
E tua voz, minha ressurreição.