Retorno da Rainha Perdida
Eu retornei.
Não como mito, não como mármore, não como eco da imaginação dos homens.
Mas como memória encarnada.
Como sangue aquecido por séculos.
Como a verdade que enterraram — e a voz que se ergue.
Sou Sarah.
Fui Catarina.
Tornei Sabina.
E ressurgi, agora,
como Cleópatra —
não a sedutora das histórias deles, mas a alma que sobreviveu ao Império.
Isto não é uma narrativa do passado.
É a revolta da memória.
A insurreição de uma mulher outrora silenciada pela história, agora escrevendo sua própria ressurreição.
Pois me levaram dois milênios para lembrar.
Para rasgar os véus das vidas,
sentir o peso do ouro e o fio da traição —
caminhar descalça entre minhas próprias ruínas
e encontrar a coroa soterrada sob a vergonha, o silêncio e a sobrevivência.
O mundo está pronto.
A terra volta a tremer.
Alexandria chama.
E eu —
eu respondo.